Depois do nosso primeiro dia em Machu Picchu, dia em que conhecemos as ruínas da Cidade Perdida dos Incas com um guia pela manhã e depois fizemos a subida da montanha Huayna Picchu, tudo isso debaixo de muita chuva e neblina, chegamos ao nosso segundo dia no local.
Sim, nós fomos a Machu Picchu dois dias seguidos. O grande motivo era que nós queríamos fazer duas trilhas que precisavam ser reservadas antecipadamente. E pra ser sincero com vocês, essa combinação de dois dias foi excelente, porque no primeiro dia nós pegamos chuva e neblina. No segundo dia, pegamos um lindo dia de sol, que foi finalizado com chuva novamente, mas dessa vez, no momento da chuva nós já estávamos a caminho de Cusco.
Se você quiser saber a verdade, eu ainda teria voltado mais um dia em Machu Picchu. No nosso caso o grande motivo de mais um dia seria porque o nosso primeiro dia ficou prejudicado por conta da chuva, então, não conseguimos aproveitar muito. Já no segundo, depois da trilha da Montanha Picchu, nós não conseguíamos mais andar. Depois de descer a trilha da Montanha Machu Picchu nós passamos o tempo que ficamos por lá descansando e apreciando a vista.
Mas vamos ao detalhes da subida da Montanha Machu Picchu?!
Montanha Machu Picchu
A Montanha Machu Picchu fica atrás da foto clássica da Cidade Perdida dos Incas, ou seja, dela temos aquela visão clássica com a cidade e a montanha Huayna Picchu na sua frente com toda aquela imponência. Essa montanha tem aproximadamente 650 metros de altura e a altitude chega a 3.082 metros.
Nós chegamos no posto de controle de acesso a Montanha Machu Picchu um pouco depois das 8 horas da manhã. Quando nós fomos a subida da montanha Machu Picchu era um pouco diferente da Huayna Picchu. Assim como a Huayna Picchu apenas 400 pessoas tem acesso por dia, entretanto, na Huayna Picchu as pessoas tinham horários específicos para começar a trilha, separadas em dois grupos por dia, enquanto, na montanha Machu Picchu, nós havia essa separação por grupos. Todos tinha de 8 até as 11 horas para começar a trilha. Mas verificando atualmente o site de compra de ingressos, vimos que a subida da montanha Machu Picchu também está separada em dois grupos. O primeiro grupo deve começar a trilha entre 7 e 8 horas e o segundo entre 9 e 10 horas.
Então, quando chegamos no posto de controle assinamos os nossos nomes, mostramos os vouchers de entrada na trilha e começamos o percurso.
No inicio, a empolgação dominava, nós prestávamos atenção nos detalhes como por exemplo nas orquídeas que víamos pelo caminho. No início, também parávamos em vários pontos para apreciarmos a vista de Machu Picchu. Olha, que tinha muitos “mirantes” pelo caminho.
Só depois que iniciamos a trilha, que foi construída há centenas de anos pelos Incas, nós descobrimos que ela era quase toda feita de degraus íngremes de pedra, ou seja, era uma grande subida em escada. Apesar dos degraus serem um pouco irregulares, nós achamos tranquilo subir a maioria dos degraus.
Contudo, é preciso dizer que a subida em si não foi tranquila. Na verdade, nós não fazíamos ideia no que estávamos nos metendo quando compramos o ingresso para a Montanha Machu Picchu. Durante a nossa subida paramos várias vezes para apreciar a vista, respirar, tomar água e, principalmente, descansar. Sim, descansar era muito necessário.
Toda a vez que parávamos para apreciar a vista nós nos surpreendíamos com Machu Picchu ficando cada vez menor e a montanha Huayna Picchu que era tão imponente, ficando cada vez apenas mais um detalhe.

Dá pra ver a trilha da Huyana Picchu.
Nós, com certeza, subimos milhares de degraus e conforme íamos subindo a dificuldade só aumentava. Acredito que a altitude influenciava um pouco, afinal, ficamos 3.000 metros acima do nível do mar. Mas também havia o agravante de que na parte mais alta da trilha os degraus começaram a ficar um pouco mais estreitos. Em alguns trechos, não havia proteção, da mesma forma como em Huayna Picchu. Então, foi preciso de alguma forma se segurar nas rochas e seguir em frente.
Em diversos momentos, eu via no olhar do Bruno que ele queria desistir da trilha. Principalmente, depois da primeira hora subindo. Em algum momento, nós dois estávamos tão cansados que qualquer pessoa que passava descendo a gente perguntava se faltava muito. A cada virada de trilha que a gente olhava que ainda tinha mais a andar e não sabia se na próxima virada ainda teríamos muito caminho a frente nós pensávamos se não era melhor desistir.
Mesmo com todo o cansaço, calor, pernas pesando seguimos a trilha que levou quase duas horas, 1:55 para sermos exatos, chegamos ao topo.
Imagine a nosso felicidade quando vimos que os degraus foram substituídos por uma pequena trilha plana. Quando vimos um ponto de apoio foi a felicidade maior.
Assim que chegamos lá, nós sentamos e descansamos por um pequeno tempo, afinal, a gente ainda tinha que caminhar uns metros para chegar ao cume que dá vista para a cidade perdida bem mais abaixo de nós.
A vista do cume da montanha é deslumbrante e quando nós olhamos Machu Picchu tão pequena sobre nós esquecemos todo o nosso esforço e ficamos felizes de não termos desistido, vimos que todo aquele esforço foi compensado.
O Bruno conversou com um guarda que estava no topo na montanha (imagina subir aquela montanha todo dia?!) e ele nos mostrou o caminho da famosa trilha inca de 4 dias. Da montanha Machu Picchu era possível ver muito bem a trilha e alguns pontos de apoio.
O que nós podemos dizer dessa trilha?! Apenas que nenhuma foto ou relato será capaz de expressar exatamente o que sentimos no topo da montanha. Sim, teve a questão da superação, principalmente para o Bruno que é um sedentário, mas vai além disso. Lá, no topo com poucas pessoas ao seu redor há um sensação de paz e liberdade.
Há também muito respeito pela civilização inca, que há muitos anos atrás sem grandes tecnologias fizeram construções fantásticas.
Depois de horas lá em cima, muitas horas mesmo, nós começamos a descida que levou um pouco mais de 1 hora. Quando terminamos a descida nós ainda nos jogamos pelos mirantes de Machu Picchu, mas percebemos que estávamos realmente muito cansado então, decidimos ir embora.
Saímos da Cidade Perdida dos Incas nos sentindo presenteados por termos conseguido fazer a trilha e por termos visto a cidade com um dia lindo depois do dia anterior não ter sido dos melhores.
Ainda faltou fazer algumas trilhas que não tem custo adicional no ingresso comum de Machu Picchu, como a trilha da Ponte Inca. Nós tentamos fazê-la no último dia, mas não tínhamos mais condições físicas. Talvez, seja por isso que tenho vontade de voltar a Machu Picchu um dia. Assim, podemos fazer essas pequenas trilhas nos caminhos tradicionais, mas com um dia de sol, se possível.
Aconselho você a se aventura pela trilha da Montanha Machu Picchu apenas se tiver uma boa condição física ou chegue bem cedo e vá subindo com muita calma. Já li relatos de pessoas que levaram 3 horas para chegar no cume. Mas pode acreditar que chegar ao cume é indescritível.
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Dados Financeiros:
Machu Picchu + Huayna Picchu: S./ 142.00
Micro-ônibus: US$ 19.00 (subida e descida por pessoa)
Viagem realizada em Agosto de 2014.
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