Depois de nossa parada no Mirante do Centro Geodésico seguimos para o passeios principal: Caverna Aroe Jari e Lagoa Azul. Diferente do que pode parecer esses são apenas dois pontos de atração desse passeio, que conta ainda com mais algumas paradas.
Vamos a parte prática
A Caverna Aroe Jari fica na Fazenda Água Fria a 46 km do centro da Chapada dos Guimarães. A fazenda é uma propriedade privada, portanto, não faz parte do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, por isso, não tivemos que ir até a entrada do Véu da Noiva pegar chave alguma, por outro lado tivemos que pagar uma taxa de entrada. Além do valor pago para o trator que é usado para economizar um pouco as andanças pela fazenda.
Você optar por ir e voltar de trator ou fazer um dos percursos a pé (ou ida ou volta). Como nós chegamos no local já um pouco tarde, optamos por fazer os dois percursos com o trator. Por causa disso, não conhecemos a famosa ponte natural de pedras. Por outro lado, como estávamos só nos dois a Manoela, nossa guia na Chapada dos Guimarães, conseguiu que o motorista nos levasse para ver o pôr do sol de uma parte da fazenda. Como nós adoramos pôr do sol, achamos uma ótima troca.
Cachoeira do Relógio
Nossa primeira parada quando chegamos na fazenda foi seguir para a Cachoeira do Relógio. Nós não chegamos nem a irmos na recepção da fazendo, fomos direto para lá, estacionamos o carro bem próximo a descida e nos refrescamos com aquela água geladíssima.
Depois de uns 40 minutos por lá, seguimos em direção a entrada da fazenda. Na entrada fomos recepcionados por um casal que são responsáveis pelo local. Na entrada, eles fazem o controle de pessoas, colocam nossos nomes em um livro e pagamos o valor da entrada da fazenda incluindo o transporte do trator e também o almoço, caso você queira almoçar lá, o que nós fizemos. A comida é simples, mas muito saborosa. O difícil foi querer sair de lá depois de almoçar.
Vencidos da preguiça do almoço, pegamos o equipamento que recebemos na recepção, caneleiras de couro para evitar problemas com cobras, e subimos no trator para darmos inicio a nossa caminhada.

No meio do caminho tinha pegadas de onça.
Caverna Kiogo Brado
Nossa primeira parada foi na caverna Kiogo Brado, cujo nome significa ninho das aves. Ela foi aberta a visitação em abril de 2013, mas segundo a nossa guia, existe uma grande chance dela se fechar novamente. Pois como sabemos o arenito é frágil, suas pedras vivem em constante transformação e se transformam inclusive em montinhos de areia.
A entrada da Kiogo Brado é muito impressionante. Ela tem pelo menos 30 metros de altura e parece uma enorme catedral. A Manoela nos deixou explorar livremente o local. Só pediu para termos cuidado em onde pisávamos, pois as pedras poderiam estar soltas, não falarmos alto para que pedras não se soltassem do teto e não tocar nem as paredes por conta da erosão. Todo o percurso da caverna tem entorno de 270 metros de solo instável e com pouca iluminação.
Uma das partes mais interessantes é atravessar a Caverna Kiogo Brado. Ela tem uma iluminação fraca, mas que faz com que possamos tentar desvendar o que aconteceu por ali.
Gruta da Lagoa Azul
Depois de atravessarmos a Caverna Kiogo Brado seguimos o passeio, nós já tínhamos visto muitas fotos da Lagoa Azul, mas nós não estávamos preparados para toda aquela beleza aos nossos olhos. Tanto que quando chegamos próximos a Gruta da Lagoa Azul e a Manoela nos mostrou o feixe de luz na água azul nós achamos que era só aquela vista. Só que nós ainda demos outra volta e pudemos contemplar um Lagoa Azul enorme.
A Lagoa Azul é uma piscina natural coberta com águas azuis e cristalinas. Nós fomos na época do ano em que o sol entra na gruta e deixa a água ainda mais azul. A Manoela ainda disse que chegamos na hora certa de ver o feixe de luz e nós ficamos lá até ele ir embora.
É importante dizer que não é possível entrar na lagoa. Essa foi um medida tomada pela administração do local com o objetivo de preservar essa beleza natural. Além do fato de que a lagoa, apesar de não parecer tem uma profundidade que poderia causar grandes acidentes: 6 metros.
Caverna Aroe Jari
Depois de esperar todo o feixe de luz se desfazer, seguimos nosso caminho. Nossa parada seguinte foi a Caverna Aroe Jari, que é a maior caverna de arenito do Brasil com 1550 metros de extensão.
Segundo a Manoela, a caverna é conhecida por mais dois nomes, além do nome oficial “Aroe Jari” que é um termo indígena que significa “buraco (ou morada) das almas”, o que leva ela ser conhecida também como Gruta das Almas. Outro nome pelo qual a caverna é conhecida é Caverna do Francês. Esse nome é devido ao fato do francês Ramis Bucair ter sido o primeiro a fazer relatos científicos sobre a caverna, no início da década de 1970. Apesar de, segundo relatos, o local ter sido habitado por povos indígenas desde tempos pré-históricos.
Depois de apreciarmos muito a entrada da Caverna Aroe Jari, nós pegamos as lanternas que a Manoela levou e passamos a explorar a parte interna caverna. Passamos pelo Salão do Chuveiro, onde há uma queda d’água que lembra um chuveiro/cachoeira, o que justifica o nome do salão. Andamos por outras partes da caverna até que o chão ficasse cada vez mais úmido e até vermos que não era mais possível irmos caminhando.
Dentro do caverna, todo o calor que vinhamos sentindo passou. Tinha até uma brisa refrescante.
Pedra do Equilíbrio
Quando saímos da Caverna Aroe Jari a Manoela perguntou se queríamos conhecer a Pedra do Equilíbrio ou se já queríamos esperar pelo trator descansando. Como nós tínhamos uns 30 minutos para o horário combinado e a Manoela nos disse que a pedra ficava bem próximo de onde estávamos resolvemos conhecê-la, mesmo que fosse rapidinho.
A Pedra do Equilíbrio é uma grande pedra que fica sobre outra ainda maior e ela está sob três “pés”.
O incrível Pôr do Sol
Depois desse andança toda, aproximadamente 6 quilômetros, se você fizer tudo a pé dará uns 11 km, nós fomos pegos pelo trator e seguimos para um local que parecia um mirante. Lá o motorista parou o carro e nos deixou super a vontade para esperarmos até o sol se pôr.
Este foi mais um dos incríveis pôr do sol que vimos da Chapada dos Guimarães. O grande diferencial do pôr do sol da Fazenda Água Fria para o Mirante Alto do Céu é que deste podemos ver as luzes de Cuiabá se acendendo sem que nada impeça nossa vista. Já da fazenda, após ele se por entre os montes, acaba a beleza e seguimos o caminho de retorno.
Acreditamos que se vocês conseguirem chegar mais cedo que nós é possível fazer as duas paradas: a ponte de pedra indo a pé e na volta fazer a parada com o trator para o pôr do sol. Que tal você tentar!
Já indicamos o trabalho da Manoela Laurindo e vamos deixar aqui os contatos dela novamente: email e whatsapp: (65) 9943-5651.
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Dados Financeiros:
Entrada na Fazenda: R$ 45,00 por pessoa
Trator ida e volta: R$ 25,00 por pessoa
Almoço: R$ 30,00 por pessoa
Bebidas: R$ 15,00
Diário da Guia: R$ 150,00
Viagem realizada em Junho de 2015.
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